Não existe um vácuo, existe uma pedra. Que puxa para baixo e para trás. É uma pedra que tem nome, mas não tem forma. É uma pedra que paralisa, julga, culpa, faz olhar pra dentro, mostra o erro e frustra. Onde quer que eu vá, ela vai comigo. Me faz companhia. Fiz dela ouvinte, presença e colo. Fiz dela o que não encontrei e acho que, no fim, todo mundo carrega alguma. Só não fala, porque de novo, no fim, tá todo mundo assim. Entre o silêncio e o grito. E quanto mais eu vivo, mais percebo que quem tem saco pra ler tudo isso, quem também já atingiu a quinta dimensão ou ainda quem se interessa por essas coisas deep consciência, também tem uma dor que não tem nome. Se você não tem paciência pra isso, é porque não percebeu a sua. Ainda. Depois de descobrir, você entende. Eu sei a minha, mas você pode não saber dar nome para a sua. É por isso que escrevo. Por isso que existe registro. Pra você encontrar alento e saber que existem outros milhões de corações tentando buscar uma resposta que não
você sabe as horas que pausam pro café que horas acordam sabe a hora dos compromissos sabe a dinâmica da família conhece as dores e as alegrias compartilhou as lágrimas que tiveram o mesmo gosto, sabe o que incomoda, sabe o gosto peculiar, sabe as manias, sabe que gosta do lençol esticado que as roupas precisam estar sempre passadas, todo esse universo se esvai, pra todo mundo. Quando o vínculo se rompe, nós vamos, mas tudo fica.