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Entre o silêncio e o grito

Não existe um vácuo, existe uma pedra. Que puxa para baixo e para trás. É uma pedra que tem nome, mas não tem forma. É uma pedra que paralisa, julga, culpa, faz olhar pra dentro, mostra o erro e frustra. Onde quer que eu vá, ela vai comigo. Me faz companhia. Fiz dela ouvinte, presença e colo. Fiz dela o que não encontrei e acho que, no fim, todo mundo carrega alguma. Só não fala, porque de novo, no fim, tá todo mundo assim. Entre o silêncio e o grito. E quanto mais eu vivo, mais percebo que quem tem saco pra ler tudo isso, quem também já atingiu a quinta dimensão ou ainda quem se interessa por essas coisas deep consciência, também tem uma dor que não tem nome. Se você não tem paciência pra isso, é porque não percebeu a sua. Ainda. Depois de descobrir, você entende. Eu sei a minha, mas você pode não saber dar nome para a sua. É por isso que escrevo. Por isso que existe registro. Pra você encontrar alento e saber que existem outros milhões de corações tentando buscar uma resposta que não
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Fica?

você sabe as horas que pausam pro café que horas acordam sabe a hora dos compromissos sabe a dinâmica da família conhece as dores e as alegrias compartilhou as lágrimas que tiveram o mesmo gosto, sabe o que incomoda, sabe o gosto peculiar, sabe as manias, sabe que gosta do lençol esticado que as roupas precisam estar sempre passadas, todo esse universo se esvai, pra todo mundo. Quando o vínculo se rompe, nós vamos, mas tudo fica.

Sou, logo falo

Há quem diga que  aqueles que gritam falta-lhes cultura decência espaço pertencimento Quando na verdade  Às vezes na maioria delas o grito é a única alternativa para serem ouvidos diante daqueles que  sempre puderam falar. Fran 21/10/2021

Sigo em busca

Existe algo lá dentro que nunca completa que se entendia que perde o gosto a vontade  se compara algo que nunca encontra completude suficiência nunca se esgota sempre busca busca o quê? Existe algo lá dentro que nunca descansa existe algo que não dorme se agita perturba incomoda faz repensar olhar de novo algo que não bate algo que não me deixa Existe algo que não termina talvez seja inconformismo uma vontade por sempre ver o novo viver o novo sentir o gosto do novo o novo do novo de novo a descoberta a falta de costume a falta de zona de conforto talvez isso não me acomoda não paro penso e faço depois pondero volto atrás Existe algo que não dorme existe algo que não para talvez seja vontade vontade o mundo é tão grande  e vai ficar tanta coisa para ser dita para ser conhecida sentida e vivida Afinal, quem eu teria sido se não fossem  os meus demônios me inspirando? e se for para voar sozinha que o voo seja alto. Sigo em busca - texto escrito em 25/03/2021.

De nada importa

De nada importa beleza Sem valores De nada importa  riqueza Sem valores De nada importa reconhecimento Sem valores De nada importa sucesso Sem valores No íntimo Sempre nos recolhemos Aos nossos valores À bondade  À empatia À sensibilidade para com o outro Ao jeito que tratamos as pessoas E às marcas que deixamos Se o nosso legado e a cicatriz que deixamos no mundo não for a lembrança que tocamos as outras pessoas e se não for o resquício de amor que deixamos plantado nos corações alheios  se é por um bom dia  um abraço   uma mensagem educada como resposta à grosseria se não é a humildade para com a autoridade se não é a liderança com educação se não é a polidez e o respeito pela forma como o outro se apresenta e se manifesta seremos lembrados pelo quê? De nada importa se não for amor. - texto escrito dia 01 de maio.

Você há de sentir

A solidão dói porque a manifestação do ser está em expressar-se para o outro, nunca para si mesmo. Você é, porque é para o outro. Parece, porque parece ao outro. Manifesta, porque manifesta ao outro. É, porque consegue ser ao outro. Sozinhos não somos nada, porque não nos mostramos. E o peso da existência pausa exatamente nesse tédio da própria companhia. Tão ao mesmo tempo deliciosa e desesperadora. Prazerosa e destrutiva. De extrema sabedoria, evolução, mas de dor. Consigo, sempre consigo. Nunca para o outro. Para o outro, a manifestação. Para nós, a solidão.   Sempre e una. Do começo ao fim. Inevitável abrir os olhos desde o primeiro até o último sopro sem senti-la. Você há de sentir. Não há nada de liberdade. Essa última é de fato um deleite. Mas a primeira não. A força está em equilibrá-las: Manifestação com solidão. Somos elas por inteiro. Você queira ou não. Fran 04/01/2021

Vive-se, pois, vendo-se

E a mais linda das criaturas,  não é se não a mais sábia a que não se vê,  que não se julga  porque vê  que não vendo não compara não chora e não melhora É vendo, pois o erro Vivendo, pois a tristeza E sentido, pois a solidão que a mais linda das criaturas aprecia o belo o bom e o respeito É se não a mais sábia a mais... aliás, existe? Fran