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Mostrando postagens de 2020

Vive-se, pois, vendo-se

E a mais linda das criaturas,  não é se não a mais sábia a que não se vê,  que não se julga  porque vê  que não vendo não compara não chora e não melhora É vendo, pois o erro Vivendo, pois a tristeza E sentido, pois a solidão que a mais linda das criaturas aprecia o belo o bom e o respeito É se não a mais sábia a mais... aliás, existe? Fran

Existe limite?

Existe? Quão fundo a gente precisa chegar pra saber que é o limite? Quanto a gente precisa sangrar pra cuidar da ferida? Quanto a gente precisa insistir pra aprender? Quanto a gente precisa perdoar a criança que não foi curada? Até onde é bom senso e até onde é tortura? Fran

o que te é cura

O que te machuca, te cura O que te derruba, te cura O que te destrói, te cura O que te satisfaz, te paralisa O que te cega, te paralisa Te deixa obcecado E o que te ama te satisfaz mas te cega te destrói, te derruba e te machuca Mas e, pois, afinal, essa já não é a própria cura? Fran

amanhã

  Esse ano foi estranho. Foi né? Esse ano eu me perdi... De tudo De mim Do todo Me perdi E foi estranho também De tanto que me perdi Cansei Perdi o foco A orientação O tesão O gosto O amanhã... E quando você perde o amanhã Você perde o resto... E se você já se sentiu assim sabe do que eu falo Eu perdi o amanhã, perdi meu eu, Perdi tudo que eu era Não sou mais Nem serei O que eu poderia ter sido Guardei no âmago a sensação amarga do desencontro Da insistência Da falta de clareza pra agir Da falta de força Da falta de um ombro pra chorar Ou me perguntar se tá tudo bem Esse ano foi estranho Eu me perdi Tão fundo e tão baixo Que não conseguia sair E nem pedir ajuda Porque eu não conseguia Eu Eu não conseguia Não conseguia E deixei ir Porque foco não adianta forçar Vem de dentro Lá de onde a gente não vê É o impulso primário É o que te faz acordar E encontrar o amanhã Fran 22h51 13/09/2020

quanto tanto é pra tanto?

  Introspectiva, quanto?  A ponto de se perder na própria consciência? - Quem? Ela?! Mas tão efusiva! - Sim, introspectiva e tanto. Mas não é pra tanto. Enquanto vai fundo, vai dentro, por dentro e rasga lá fora. Muda lá fora. Mas primeiro, sempre aqui dentro, que é o centro, o intro, onde começa e termina. Todo o resto. Todo o tanto. - Mas não é só perspectiva? Talvez um dia saibamos...

ex umbra in solem

Uma parte de mim grita escandaliza joga pro alto alucina e delira A outra parte pensa pondera esclarece e é razão Uma parte de mim é majestade imponência controle eloquência e não dissimula... A outra parte se perde silencia   se frustra e se recolhe Uma parte de mim é certeza E a outra parte? é dúvida? Uma parte de mim é luz E a outra parte?   é sombra e treva? continua Fran 05/07

que seja sem graça

Reconheça a ti que a vida só tem graça ao ser  incompleta instável & injusta Afinal, quando revolucionada Pra onde vai o ímpeto da mudança que nos move nos acorda incomoda E queima lá dentro No âmago? Reconheça e aceite que a vida só tem graça se te perturba te machuca e te deixa Sem graça Fran

Sou meio

meio tudo meio menina meio mulher Não sei onde começo onde termino não tenho início não acabo Sou eterna Incipiente Inconstante Não me conheço Sei apenas que sou Não meu começo Mas meu desejo de nunca ser de não ter começo nem fim nem meio Sou o próprio meio dos meios

Ela sempre te encontra

Você pode até tentar fugir dela Desviar Mas ela sempre te encontra Na esquina Na volta pra casa No dia seguinte Numa despedida Ela sempre te encontra Você pode até tentar fugir Desviar de novo Se esconder Apagar a luz fingir que não viu fingir que não sentiu se fazer de boba mesmo Você pode até tentar E tenta muito... Eu tenho visto Mas ela sempre te encontra Você pode até lavar a alma o corpo colocar outra roupa mudar a maquiagem trocar de nome, se quiser mas ela sempre te encontra a tua essência é a mesma a solidão sempre te encontra. Fran 20/02/20 22h32

Pra quando ele for

Com certeza és o meu maior desafio Dominador Imperador Perdoei muitas vezes Porque sei Que no âmago Não foste nada menos Do que uma criança Que não foi curada No final do dia Seus olhos Já me diziam Me perdoe Porque eu Não consigo Me perdoar E de todas as aventuras E da ira que me vinha E assolava Nenhuma delas se compara A como o mundo nos engole com a partida de alguém Te amo. Fran 22/01/20 01h52

O que a gente espera da noite?

Já escrevi tanto sobre isso aqui... Mas pensemos: O dia parece tão igual para todos, tão cheio de luta, cheio de esperança, cheio de vontade, de alcançar uma meta, de cumprir compromissos... O dia é tão ritual... Tão sistematicamente sequencial e monótono...Sempre... E é claro, essa é uma visão superficial... De certo que os dias são diferentes, em um a gente começa trabalhar em um lugar novo, conhece pessoas novas, visita uma praia, conhece outro país, leva bronca, briga no trânsito, bate o carro, briga com a família, faz as pazes, volta a falar com uma pessoa, briga com mais outra, conquista um sonho, ou ainda... fica no mesmo marasmo de sempre. Mas certamente, há de concordar (ou não) comigo: O dia nasce para todos da 'mesma maneira'... Aquele clarão das manhãs chega e avisa... Mais uma oportunidade? Mais uma luta? Mais uma chance? Não sei... Para quem não tem a realidade que muitos têm de acordar e ter um cafézinho na mesa pronto, de ter uma roupa limpa para pôr, de t...