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Mostrando postagens de setembro, 2020

o que te é cura

O que te machuca, te cura O que te derruba, te cura O que te destrói, te cura O que te satisfaz, te paralisa O que te cega, te paralisa Te deixa obcecado E o que te ama te satisfaz mas te cega te destrói, te derruba e te machuca Mas e, pois, afinal, essa já não é a própria cura? Fran

amanhã

  Esse ano foi estranho. Foi né? Esse ano eu me perdi... De tudo De mim Do todo Me perdi E foi estranho também De tanto que me perdi Cansei Perdi o foco A orientação O tesão O gosto O amanhã... E quando você perde o amanhã Você perde o resto... E se você já se sentiu assim sabe do que eu falo Eu perdi o amanhã, perdi meu eu, Perdi tudo que eu era Não sou mais Nem serei O que eu poderia ter sido Guardei no âmago a sensação amarga do desencontro Da insistência Da falta de clareza pra agir Da falta de força Da falta de um ombro pra chorar Ou me perguntar se tá tudo bem Esse ano foi estranho Eu me perdi Tão fundo e tão baixo Que não conseguia sair E nem pedir ajuda Porque eu não conseguia Eu Eu não conseguia Não conseguia E deixei ir Porque foco não adianta forçar Vem de dentro Lá de onde a gente não vê É o impulso primário É o que te faz acordar E encontrar o amanhã Fran 22h51 13/09/2020