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sobre um ano bissexto

A gente abre uma vodka e faz um drink daqueles.
Já puxamos uma cadeira e sentamos,
acendemos um cigarro talvez,
esticamos o braço e as pernas
e olhamos para fora
para onde tenha um céu
que te dê respostas às perguntas que te atormentam
às perguntas que nunca responderam ou souberam responder
daquelas do gênero de "Deus existe?"
de natuereza inconsciente, existencialistas
Então a gente faz outro drink, senta na mesma cadeira e espera o dia tomar outra forma,
espera a madrugada,
espera uma ligação,
espera alguém.
Os três sempre tardam em chegar.
A gente acende outro cigarro,
arruma o cabelo,
troca de sapato ou de camisa,
abre o botão da calça,
e olha pra fora
ninguém ainda respondeu.
Outro dia a gente faz a mesma coisa,
mais uma vodka, um drink, um cigarro, uma ligação não atendida, uma pergunta não respondida.
Fazemos isso por anos, com o intuito de entender o sentido desse mundo
Tão difícil entender sua expansão, sua extensão, sua complexidade, suas culturas.
Tão difícil interpretá-lo e
lidar com suas mudanças
Tão difícil acompanhá-lo.
Outro cigarro,
outra pergunta,
outra madrugada.
Já é ano novo,
e tudo se repetiu.
Brindamos com outro drink.



Fran
16h53
29/12/16

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