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Mostrando postagens de janeiro, 2021

Entre o silêncio e o grito

Não existe um vácuo, existe uma pedra. Que puxa para baixo e para trás. É uma pedra que tem nome, mas não tem forma. É uma pedra que paralisa, julga, culpa, faz olhar pra dentro, mostra o erro e frustra. Onde quer que eu vá, ela vai comigo. Me faz companhia. Fiz dela ouvinte, presença e colo. Fiz dela o que não encontrei e acho que, no fim, todo mundo carrega alguma. Só não fala, porque de novo, no fim, tá todo mundo assim. Entre o silêncio e o grito. E quanto mais eu vivo, mais percebo que quem tem saco pra ler tudo isso, quem também já atingiu a quinta dimensão ou ainda quem se interessa por essas coisas deep consciência, também tem uma dor que não tem nome. Se você não tem paciência pra isso, é porque não percebeu a sua. Ainda. Depois de descobrir, você entende. Eu sei a minha, mas você pode não saber dar nome para a sua. É por isso que escrevo. Por isso que existe registro. Pra você encontrar alento e saber que existem outros milhões de corações tentando buscar uma resposta que não...

Você há de sentir

A solidão dói porque a manifestação do ser está em expressar-se para o outro, nunca para si mesmo. Você é, porque é para o outro. Parece, porque parece ao outro. Manifesta, porque manifesta ao outro. É, porque consegue ser ao outro. Sozinhos não somos nada, porque não nos mostramos. E o peso da existência pausa exatamente nesse tédio da própria companhia. Tão ao mesmo tempo deliciosa e desesperadora. Prazerosa e destrutiva. De extrema sabedoria, evolução, mas de dor. Consigo, sempre consigo. Nunca para o outro. Para o outro, a manifestação. Para nós, a solidão.   Sempre e una. Do começo ao fim. Inevitável abrir os olhos desde o primeiro até o último sopro sem senti-la. Você há de sentir. Não há nada de liberdade. Essa última é de fato um deleite. Mas a primeira não. A força está em equilibrá-las: Manifestação com solidão. Somos elas por inteiro. Você queira ou não. Fran 04/01/2021