A solidão dói porque a
manifestação do ser está em expressar-se para o outro, nunca para si mesmo. Você
é, porque é para o outro. Parece, porque parece ao outro. Manifesta, porque manifesta
ao outro. É, porque consegue ser ao outro.
Sozinhos não somos nada, porque não
nos mostramos. E o peso da existência pausa exatamente nesse tédio da própria
companhia. Tão ao mesmo tempo deliciosa e desesperadora. Prazerosa e destrutiva.
De extrema sabedoria, evolução, mas de dor.
Consigo, sempre consigo. Nunca para
o outro. Para o outro, a manifestação. Para nós, a solidão. Sempre e una. Do começo ao fim. Inevitável
abrir os olhos desde o primeiro até o último sopro sem senti-la. Você há de
sentir. Não há nada de liberdade. Essa última é de fato um deleite. Mas a
primeira não. A força está em equilibrá-las: Manifestação com solidão. Somos
elas por inteiro. Você queira ou não.
Fran
04/01/2021
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