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Entre o silêncio e o grito

Não existe um vácuo, existe uma pedra.

Que puxa para baixo e para trás. É uma pedra que tem nome, mas não tem forma. É uma pedra que paralisa, julga, culpa, faz olhar pra dentro, mostra o erro e frustra.

Onde quer que eu vá, ela vai comigo. Me faz companhia. Fiz dela ouvinte, presença e colo. Fiz dela o que não encontrei e acho que, no fim, todo mundo carrega alguma. Só não fala, porque de novo, no fim, tá todo mundo assim. Entre o silêncio e o grito.

E quanto mais eu vivo, mais percebo que quem tem saco pra ler tudo isso, quem também já atingiu a quinta dimensão ou ainda quem se interessa por essas coisas deep consciência, também tem uma dor que não tem nome. Se você não tem paciência pra isso, é porque não percebeu a sua. Ainda. Depois de descobrir, você entende.

Eu sei a minha, mas você pode não saber dar nome para a sua. É por isso que escrevo. Por isso que existe registro. Pra você encontrar alento e saber que existem outros milhões de corações tentando buscar uma resposta que não existe. Não existe. 

Não tem fórmula mágica, solução ou algo pronto como um remédio que você tome para parar de senti-la. Não importa onde você vá, com quem vá ou como viva, se a pedra está sempre lá, é você que tem que aprender a conviver com ela, se responsabilizar por ela, conversar com ela, respeitar o espaço, ceder a vez quando a introspecção chamar e ser ouvinte quando ela precisar falar.

 A pedra é sua e você é dela. É um complemento, não uma competição. Faça as pazes.



Fran
03/01/2021

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